Só quero um dia de Pátria... Recebido de... há palavras que só podem ter uma autora!
Só quero um dia de Pátria
Um dia que há-de espelhar o tudo
Um dia que não permita o escuro das exaustas noites
Que proíba em espasmo qualquer medo ou submissão
Um dia que conceda o abandono das aves e do voar
Onde se forma a liberdade a partir de uma mão
de um olhar ou de um desígnio de mar
Um dia em que a morte seja o alimento à memória
E que num brando escutar
dela não mais se receie
Antes numa canção o relembrar
de quem aqui foi limpidez
Exemplo de real preparo
à nossa convicção
Só quero um dia de Pátria
Um dia na raiz do ar que nos sustente
todos os legítimos sonhos
Um dia com vários fins
escolha de quem recomeça
por entre distintos nevoeiros
A acreditar que a infância e o homem são unas
E que adolescente foi todo o caminhar até este pedido
de Pátria
Só quero um dia de Pátria
Que corra no meu sangue arrítmico
e assim o acalme e não separe
Das margens que todos nós somos
Só quero um dia de Pátria!
Flor quente e verde
abrindo-se no peito
De um povo
De uma gente
Que acima de tudo
reconhece uma réstia de sopro
Quando ainda é tempo!
A pátria, a falésia, a terra
E o mosto
E o segredo por abrir!
Tão perto, tão perto
Que se estremece se o dia de Pátria
Em nós se não acontece
De uma única forma:
Torrencial
Tal como a vida e o que ela em nós
Significa
Só quero um dia de Pátria!
Aquele que relendo os capítulos
Nos reconhece
porque em nós nasceu
E em nós o seu nome é
Pátria!
O. S
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