Há dias em que não há mesmo nada para dizer...
Há dias em que não há mesmo nada para dizer. Porque não apetece comentar a subida ao pódio de Portugal na fórmula um, conseguida por falta de comparência dos adversários, nem o fim da Quinta das Celebridades. Julgo que a maior parte dos lusitanos anda mais preocupado com as picadas das melgas do que com o procedimento aberto pela UE quanto ao nosso défice excessivo, coisa que antes de ser já o era. Até o sim ou o não ao referendo que deu uvas demonstra como vivemos cada vez mais em regime de governação sem governo, em ritmo de pilotagem automática, onde poucos reparam que Sócrates meteu o socialismo e o liberalismo na gaveta, assumindo a verdade de raros serem os factores de poder retintamente nacionais, neste ambiente de mera gestão das nossas dependências, onde até poderia estar em São Bento uma qualquer agência de consultores internacionais, visando anestesiar-nos politicamente, de acordo com um qualquer manual abstracto de engenharia financeira.
Por estas e por outras é que decidi comentar o dia político de hoje com duas sugestivas imagens que dois amigos me mandaram. Na primeira, um animalzinho de pouca estimação que foi recolhido ao largo da costa da Ericeira. Na segunda, um quadro sugestivamente intitulado "Um Verão aristocrata". Julgo que, com a primeira imagem, podemos fantasiar umas férias radicais, indo lá para fora cá dentro. Com a segunda, o sonho de, finalmente, podermos gozar uma adequada reforma. Um país com oitocentos e cinquenta anos de vida merece uma férias de tédio e pantufas. Amen!
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