Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...
• Bicadas recentes
Estes "breves aforismos conspiradores, sofridos neste exílio interno, lá para os lados de São Julião da Ericeira, de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico..." começaram a ser editados em Setembro de 2004, retomando o blogue "Pela Santa Liberdade", nascido em Maio de 2003, por quem sempre se assumiu como "um tradicionalista que detesta os reaccionários", e que "para ser de direita, tem de assumir-se como um radical do centro. Um liberal liberdadeiro deve ser libertacionista para servir a justiça. Tal como um nacionalista que assuma a armilar tem de ser mais universalista do que soberanista". Passam, depois, a assumir-se como "Postais conspiradores, emitidos da praia da Junqueira, no antigo município de Belém, de que foi presidente da câmara Alexandre Herculano, ainda de costas para a Corte e com os sonhos postos no Atlântico, nesta varanda voltada para o Tejo". Como dizia mestre Herculano, ao definir o essencial de um liberal: "Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las"......
Este portal é pago pela minha bolsa privada e visa apenas ajudar os meus aluno. Não tive, nem pedi, qualquer ajuda à subsidiocracia europeia ou estatal
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Mo Mowlam: a sétima solidão. Recebido de M. Teresa Bracinha Vieira
A ex-ministra para a Irlanda do Norte que constituiu uma das chaves fundamentais e inovadoras para o acordo de paz de Abril de 1998, faleceu aos 55 anos, vítima do tumor cerebral que já a minava aquando do seu desempenho político no governo de Tony Bair.
Ouvi dizer que em Inglaterra lhe chamavam a bomba atómica benigna, sobretudo pela coragem e pela franqueza com que enfrentava as situações que outros políticos nunca tinham usado tocar, não obstante serem realidades prementes, a que urgia dar solução.
Não se encontra na política dos nossos dias a franqueza enquanto postura indispensável e companheira da coragem.
Sinónimo de franqueza é também generosidade, sinceridade, lisura, desengano, candura.
O destemor com que Mo Mowlam enfrentou a sua terrível doença, faz a diferença única na sua postura.
Costumo dizer que quem já enfrentou a malignidade de um tumor e permaneceu na luta a expensas de uma alma que tirita num frio desconhecido, tem em si, no seu peito, o dom de uma palavra que fulmina qualquer queixa do dia-a-dia mesquinho de quem não sabe fazer a diferença.
Sempre a densidade do diálogo político desta ex-ministra impediu qualquer efeito de demagogia, essa à qual basta o momentâneo, essa que esquece a descoberta comunitária da razão da palavra, o assumir de uma ideia.
Aconselha-me o meu orgulho, a minha solidariedade, que abrigue Mo Molwlam num poema de Sophia:
Exausta fujo às arenas do puro intolerável Os deuses da destruição sentaram-se ao meu lado A cidade onde habito é rica de desastres Embora exista a praia lisa que sonhei M. Teresa Bracinha Vieira
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