a Sobre o tempo que passa: Intervalo

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

17.5.07

Intervalo

Leio as magníficas novidades sobre a candidatura à autarquia lisbonense, onde destaco os apoios de Júdice e de Saldanha Sanches a Costa, os discursos de Negrão e outras tantas parangonas. Infelizmente, não tenho tempo para ir além da minha chinela, numa semana onde tem sido intensa a minha agenda participativa em eventos académicos, quase sempre promovidos por estudantes. Nem sequer ainda consegui fezer o "download" mental de muitos mais pormenores kafkianos que me comunicaram, sobre a função pública e a vida universitária.

Basta registar a maneira como a arquitecta Helena Roseta tem sido tratada pelos mangas de alpaca que transformaram a democracia nesta chatice sem memória. Por outras palavras, quem tenta escapar ao rolo unidimensional do politicamente correcto corre o risco de continuar a ser integrado naquele "index", sem direito ao "nihil obstat" e ao consequente "certificado de bom comportamento moral e cívico". Os reflexos condicionados inquisitoriais, com a consequente falta de portugueses à solta, continuam a impedir que se desencadeie a necessária revolta de escravos.