Porque só esotericamente poderemos ir mais além nas relações entre Portugal e a República do Sol Nascente. Quando Portugal for assumido por portugueses que se reduzam à humildade de agentes daquele abraço armilar que nos pode dar esperança, a comunidade lusíada. Porque temos o dever, através do smart power, de que falava ontem Hilary Clinton, de mobilizar o Brasil e outros, como Angola, para um desígnio global, na viagem à Ribeira do Pacífico. O segredo talvez esteja numa das palavras fundamentais de Lorosae, a expressão Lel Mau-Tar, isto é, Sol, ou ente radiante, a suma-recta, o juiz último, o que uma hermenêutica mais íntima, profunda e mesmo mítica. A poesia sempre foi mais verdadeira do que a história.
Roguemos às origens (Am tota la ha ga)
Para que elas penetrem na terra,
Aos botões para que ascendam aos céus,
Nossos filhos, nossos queridos...
Àqueles que nos esconderijos e nos ermos
Estarão sempre acompanhados.
A vossa busca (Akar galae)
Do que visa o progresso (Nam bae pe lao ahe ta)
Tem que continuar (Tenki galae).
Não segui conselhos fundamentalistas e tentei vislumbrar a esperança dos desesperados. Passei a amar Lorosae. E não deixei de ser politólogo, e de procurar a verdade. Ai da política se ela não ousar meter-se nos sarilhos do diálogo de culturas e de compreensão pelas diferenças. Nem que seja a tal laicidade positiva, o conceito que unificou Sarkosy e Bento XVI na recente visita a Paris. Por isso agradeço ao meu querido Padre Felgueiras, jesuíta e tudo, que venha até cá, dar umas lições de Francisco Suárez a estes ultra-reaccionários neocatólicos que estão a afectar a imagem de uma Igreja universal, que não pode cair nas teias dos irmãos-inimigos dos fabricantes do Terror jacobino, ou do fundamentalismo islâmico. É o que este velho liberal, bem mais whig do que tory, que até defende a integração da República Turca na União Europeia, continua a clamar.
PS: Ontem, pela primeira vez, prestei declarações a um jornal dito sensacionalista, o 24 Horas. Hoje ao passar os olhos pela recolha jornalística, confesso que fiquei surpreendido pela qualidade do tratamento que deveria fazer inveja a outros órgãos de comunicação social ditos anti-sensacionalistas. Porque muitos destes quase sempre cortam a verdade nas referências que fazemos aos líderes oposicionistas, como se fosse proibido, neste momento, realçar, por exemplo, algumas posições de elogiar em Manuela Ferreira Leite, relativamente à qual, parece que já provei, sou insuspeito.
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