Sobre o tempo que passa
Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...
31.8.09
30.8.09
Para alguns, quem não é por mim, é contra mim! Continuo do contra, também contra este contra!
29.8.09
O processo de ministerialização em curso, deste Verão cada vez menos Quente
Joaquim Pina Moura vem considerar que o programa de Manuela é “mais duro e mais focado” do que o de Sócrates. É um documento “clarificador” e “divisor de águas” e tem como base a “assunção de que os recursos são escassos”. Sócrates ainda não comentou Pina. Esperemos por quem será o porta-voz da resposta. Vitalino? João Tiago? Augusto Santos Silva? O ministro do desemprego? Ricardo Salgado? Sugerimos Daniel Proença de Carvalho, dado que tem a mesma origem e também passou pela militância no PS. O processo de ministerialização deste Verão, cada vez menos quente, antes de o ser já o era. A fotografia não é um acaso. É um símbolo desta encruzilhada, onde o texto se tem de integrar no contexto. É tudo um problema de semiótica e de simbiótica. Porque qualquer signo tem sempre um elemento material, dito significante, e um significado. O sinal representa sempre alguma coisa, até o que pode estar por trás dele, implicando, antes, adequada sintaxe e remota semântica.
28.8.09
Um programa sem portas esconsas, de acordo com a imagem primeira do respectivo "site"
Não sabemos quantos dos trezentos e setenta e nove políticos com direito a subvenção vitalícia estiveram na sala, nem se o programa teve inspirança naquele antigo conselheiro de Estado que guardava documentos numa parte esconsa da sua casa de banho, mas Rui Machete, Vítor Crespo, António Capucho, Deus Pinheiro, Couto dos Santos, Costa Neves, Pacheco Pereira, Fernando Negrão, Guilherme Silva, Graça Carvalho e Maria José Nogueira Pinto eram inequívocos sinais de renovação da pátria e com aquele ar de ministeriáveis com que nos habituaram há décadas. Ainda bem que o Nacional empatou na ex-Leninegrado, porque, como disse o respectivo treinador, quem não tem cão caça com gato e até tiveram que pôr um miúdo, defesa central, a ponta de lança. O Sporting de Soares Franco perdeu. Tal como o Benfica de Valle e Azevedo. Ainda não contrataram o motorista de Pinto da Costa.
27.8.09
Mais uma lamúria de um liberal à antiga contra o Chão da Lagoa e outros benzidos conselheiros do tacticismo maoísta
Os chamados dois principais partidos não querem debate com os pequeninos e parecem que também têm pouca apetência para os confrontos directos. Preferem usar os vários heterónimos que cada um tem, a partir dos respectivos monólogos de palanque. Um varia entre o "gajo porreiro" e o "animal feroz", a outra entre a directora-geral da contabilidade pública e a ministra da educação que teve como secretário de Estado o actual reitor da universidade de verão do partido. E assim temos uma direita encravada entre os devaneios de Marcelo Rebelo de Sousa e as especulações serôdias de um ou outro fantasma, pelo que só pode continuar a ser a direita mais estúpida do mundo, com a consequente tragicomédia, onde Jardim pede a expulsão de Moita Flores, porque este faz parte de uma listas publicadas de uma ordem onde, no Oriente Eterno, estão pelo menos dois antigos secretários-gerais do mesmo PPD-PSD, para não falarmos em cerca de metade das direcções que não eram influenciadas pelos actuais inquisidores de corredor e de neopidismo de revista para as classes A e B.
26.8.09
Mais uma independente comissão de nomeação dependente, com benção divina
Os sinais de degradação do Estado a que chegámos continuam a inundar-nos de estilhaços. Depois de há uns anos ter surgido a escandaleira de uma assessora da Procuradoria Geral da República, chegou agora o tempo de um administrador do Supremo Tribunal de Justiça. Por um lado é bom, porque significa que não temos telhamento nestes processos e tudo vem à luz do dia, com os investigadores policiais e judiciários em antecipação ao jornalismo de investigação. Por outro lado revela como neste regime de adjuntos e assessores, no melhor pano cai a nódoa. Entretanto, as parangonas informam-nos que um dos grandes hospitais portugueses, perante um caso revelado pelos jornais e televisões, revela desconfiança face aos processos institucionais normais do recurso ao Provedor de Justiça e aos esquemas normais da velha e central administração da justiça: decide nomear, de cima para baixo, uma dependente comissão dita independente, onde coloca na presidência um mediático juiz no activo, junatamente com um também mediático sacerdote da Igreja Católica.
25.8.09
Em nome daquela transcendência que se chama humanismo...
24.8.09
E à Lusa disse... Segundo DN, Público e Expresso
O veto de hoje, por exemplo, traduz uma visão mais próxima das causas católicas e confessionais, diferente de uma outra perspectiva, que não tem essa hierarquia de causas.
Lembrei que Cavaco Silva teve o cuidado de dizer que não faria declarações político-partidárias dada a proximidade das eleições legislativas, mas fez este veto, e imediatamente houve um alinhamento dos partidos.
Sobre a quantidade de vetos, ironizei: Doze era considerado um número perfeito, um sinal de plenitude. O problema é se passa para o 13, que é o número do azar.
Continuei, bricalhão. E a polir, amigo João! Mas com poucas papas na língua...
Maneleiro para os socráticos e antimaneleiro para os anti-socráticos
21.8.09
A propaganda antipropaganda do neocavaquismo sem Cavaco
PS: O ambiente está de tal maneira degradado que, mais uma vez, recebi directas ameaças de cariz siciliano. Ainda as mantenho no meu "Facebook". Desta ainda não voltaram a emitir um blogue com o meu nome, para ataques a uma biografia, mas usando todos os pormenores que tenho publicados na minha página profissional. Não me digo vítima de persiganga. Os factos e os processos falam por si. Continuo a calá-los. Tirarei as conclusões depois da constituição do próximo governo e dos ensaios de coligação dos que há anos se vão ministerializando.
20.8.09
Contra os neo-salazarentos do Bloco Central que tiraram Caines do Purgatório...
18.8.09
Na esquina de Belém com a Junqueira, espiões à solta e Medina à Carreira
17.8.09
Em nome de Burke e Pessoa, contra os adeptos da Besta Esfolada, mas com vontade de suspensórios
16.8.09
De regresso, recordando António José Rodrigues de Almeida e a sua Catrineta
14.8.09
Nota bem metafísica em dia de morte e regeneração
O desaparecimento de um dos poucos amigos a quem confiaria a vida numa linha de combate, mesmo que estivesse do outro lado da barricada, fez-me reavivar que, no princípio, esta o fim. Metafisicamente, mais liberal do que conservador, porque assumo a clássica perspectiva da regeneração e o nascer de novo, também considero a morte como uma iniciação para a eternidade.
E todas as ordens humanas apenas são simples procuras da perfeição, através do esforço dos homens humildemente livres. Porque neste dealbar do novo milénio, temos de ir além dos ideais conjunturais de sociedade de outras eras. Desde o mais recente socialismo esquerdista, ou direitista, ao mais avoengo positivismo naturalista.
Porque Deus e os deuses se assumem das mais variadas formas, das tábuas de Moisés as epístolas de São Paulo, das palhinhas de Belém à azinheira da Cova de Iria. Porque Deus e os deuses se mostram através de muitas aparências e ate aparições, desde o milagre de Ourique aos três pastorinhos. Porque o transcendente, o mais além, só pelas nossas palavras e os nossos símbolos pode ser dito e aproximado.
Ja existia antes de Maomé, antes de Cristo, antes de Buda, antes de Confúcio. Ja existia no tempo ocidental da pluralidade dos divinos e dos mistérios clássicos, quando a poesia era mais verdadeira do que a história, nomeadamente dos catecismos, das sociedades de propaganda da fé e das cartilhas que nos querem mostrar o caminho, com listas de pecados, encíclicas, decretos de cardeais, confessionários, inquisidores, homilias, sermões ou simples artigos com "nihil obstat et imprimatur".
Não, não vou por aí, não vou imitar fantasmagóricos inimigos da teoria da conspiração, nao vou converter-me a congreganismos; mesmo de sinal contrário. Continuo a seguir o mistério de meu povo espiritual, o tal que não pode continuar algemado pelos que, atraves de multisseculares aparelhos de controlo social, continuam a usufruir do monopólio do moral, do transcendente e do divino. Sim! Ontem foi dia de metafísica e fui religar-me aos mistérios da criação e do eterno. Homenageei o Tó Zé. Para que o mar sem fim continue português.
13.8.09
Um povo unanime numa opiniao ou num habito nao seria povo, seria rebanho
Os eleitores nao escolhem governos, mas deputados, onde os governos nascem da interpretacao que o presidente e obrigado q fazer dos resultados eleitorais. Muito menos escolhemos primeiros ministros. Esta foi uma doenca provinda das mqiorias absolutas e das consequentes personalizacoes do poder...
O PS e o PSD sao as faces da mesma moeda do situacionismo bonzo e da respectiva coligacao com as forcas vivas dominantes na economia e na moral. PS e PSD tem programa ideologico para eleitor ver, mas depois metem o programa na gaveta e actuam em pragmatismo, de acordo com as pressoes da casta banco-burocratica que domina as comissoes de honra das respectivas candidaturas presidenciais e a quem eles vao distribuindo comendas e encomendas, dentro do rotativismo, com alternancias, mas sem alternativas, por mais endireitas e canhotos que recrutem a retalho.
Este governo socratico foi aquilo que Maritain qualificou como um fraco governo de esquerda com mentalidade de direita. Agora faz teatro de viragem a esquerda porque 20 % da opiniao se diz comunista ou dos herdeiros da extrema esquerda
O eleitorqdo tende a nao dar a maioria absoluta a nenhum deles. Socrates vai metendo golos na propria baliza e Manuela a dar tiros nos pes. O presidente ja o percebeu e foi a Austria estagiar a grande coligacao. Mas o povo e que vai ditar o processo. Ate pode haver uma maioria de esquerda para entrarmos em contraciclo definitivamente. O mais provavel e encerrarmos este ciclo politico e passarmos a uma era de incerteza... que e aventura, risco e pode levar a que a democracia mostre as suas potencialidades e alguma criatividade
Essa da governabilidade de longo prazo era o sonho da via mexicana de Soares... Mas governabilidada sem participacao e ditadura e o mais estavel dos governos foi o de Salazar. Democratizarmos este modelo, mesmo que seja copiando a Primeira Republica, com o seu partido-sistema e podermos por o povo contra a democracia e este sistema partidocratico contra o regime.
A diversidade nao exclui a unidade em coisas vivas e complexas como e um povo. Como diria Pessoa, um pais unanime numa opiniao ou num habito nao seria povo, seria rebanho
12.8.09
Saudades de carbonarios e traulitanios, contra os bonzos
A falta de autenticidade do bloco centraleiro
É por esta contradição que José Adelino Maltez pega para comentar as palavras de Sócrates, de quem disse usar dois heterónimos, "um, que fala ao eleitorado de Esquerda e ataca o liberalismo, e outro, que confessa aos empresários que os tempos não estão para ideologias mas sim para pragmatismo". "Sócrates usa o discurso de Esquerda para conquistar votos e depois de conquistar o poder mete o socialismo na gaveta, como já fez antes, Mário Soares".
Ao contrário do que possa indiciar a afirmação deste politólogo do ISCP, a crítica não se destina exclusivamente aos socialistas. Cavaco Silva, enquanto dirigente do PSD e primeiro-ministro, também não ficou imune a esta "falta de autenticidade".
A visão de José Adelino Maltez é a de que "o centrão sempre disse o mesmo, ou seja, sempre fez apelo ao eleitorado de Esquerda, com promessas de medidas sociais. É o habitual bailinho do centrão".
E é esta duplicidade dos políticos do chamado arco do poder é, segundo Maltez, um dos factores de desmotivação e descrença dos eleitores que se abstêm.
10.8.09
O riso de Deus. Alçada e Solnado, um testemunho Maria Teresa Bracinha
Bem gostava que fosse todos os dias...
Solnado, um pouco de nós morreu contigo
7.8.09
Vou agora à tipografia, saiu do prelo o 1º volume...
Biografia do Pensamento Político, I. Só até 1820, o primeiro volume. A capa dizia Lisboa 2008. Quando foi concluída a primeira revisão, em Timor. Deve ler-se, agora, "Lisboa, ISCSP, 2009". Graças a muitos males, o volume único previsto e contratado por palavras de honra, com acrescentos e revisões do autor, reproduziu-se em dois: um até 1820, outro de 1820 aos dias que passam. O editor é a minha escola, sobre a qual ainda não digo nada. Nem aqui nem lá. Embora desde o dia 4 de Agosto p. p. já tenha o direito de dizer o que penso, para poder continuar a viver como penso, sem pensar muito como depois irei viver. Na escola e por palavras de honra que é coisa raramente casada com a inteligência. A concepção da capa é da Ana, que ousou captar a razão inteira, numa analogia biológica. Também vivemos como pensamos, quando somos, que é o que normalmente somos. E como sempre lembro a Maria Luiza, a Joana, a Filipa e o Francisco, bem como a Nanda e o Vítor. Os sete nomes da minha tribo de resistência. E agradeço à malta da Europa-América, a cooperação estratégica. É o primeiro livro que fui revendo pela Internet, do outro lado do mundo.
Entre Pacheco a fotografar, em plenas listas maneleiras, e Karl Marx fotografado, aqui em casa
Ontem não vi o Jerónimo e também ainda não espreitei o "antimaneleirismo" de Marcelo e Mendes. Bastaram-me as equívocas expressões de Morais Sarmento e o artigo de Paula Teixeira da Cruz no "CM" de hoje. Bem como as sucessivas declarações de Carreiras, o presidente da distrital de Lisboa, que passou a ter o meu respeito, por revelar uma firme concepção do mundo e da vida, apesar de, aqui, o ter fortemente criticado na primeira queda de informações sobre a lista que propôs, onde nem constava o Zé Correia, apesar de ter preferido Pedro Lynce a Martins da Cruz. Só que Manela é um Cavaco de saias, mas em caricatura temperamental. Não vai ler, não vai ver, não vai ouvir e até agradece esta redução da institucionalização de conflitos dentro da sua malinha de mão. Continuará de silêncio em silêncio, até fazer companhia a Sócrates, mas não na Universidade Atlântica. Já tem o estatuto formal de aposentada.
Perante a agressividade viral do ambiente, Manela tira o lenço, assoa-se, qualifica os interpelantes como pessoas que a estão ofender e volta a detestar tudo quanto é política, especialmente os políticos que não percebem nada de finanças, mesmo que gostem de crianças, como Pessoa dizia de Jesus Cristo. As epístolas das Novas Escrituras estão nos argumentários, meio autorizados, do "Jamais"...
Já Manuel Monteiro, com quem, outrora, me cruzei em coincidências e divergências partidárias, e a quem continuo a prezar, voltou à agenda da ribalta comunicacional, como candidato a deputado pelo Minho. Em nome da moralização da política retomou a senda da denúncia do que, há anos, qualificou como sanguessugas... Por isso é que nunca fui do Partido Popular, que ele fundou com outras criaturas e criadores.
Monteiro veio exigir que candidatos a deputado, que receberam do povo subsídios de reintegração, os devolvam. Se isso corresponder aos factos e mesmo que os pormenores da lei o não prevejam, importa activar o mínimo ético da coisa pública, para que alguns dos senhores deputados não voltem a merecer a metáfora célebre...
Há também excelsos ex-deputados e ex-ministros, habituais nos discursos moralizadores, que, de forma oportunista, saltaram de seus empregos públicos bem antes do tempo da idade limite, para beneficiarem de manás que, felizmente, já foram revogados por São Bento, se calhar com o voto dos próprios.
Há acumuladores eméritos e distintos conselheiros que, no público, continuam activismos reais, recebendo em conformidade e fazendo carreira depois de se terem desencarreirado, só porque passaram a ganhar bem mais do que teriam, se continuassem no sítio, até aos 70 anos. Assim puderam manter o sítio e mais lugares, pelo que seria curioso pedir-lhes o sentenciador sobre seu próprio caso. Que Monteiro aí não se inspire!
Para homenagear Pacheco Pereira, na foto que encima este postal, também eu fui à parede do meu escritório. Sim! Tenho o Karl, o D. Sebastião, António José de Almeida, alguns outros e muitas naus. Um dia mostro. Não tenho o São Tomás, porque nenhuma imagem é original. Por isso, prefiro Aristóteles. Mas tenho o São Francisco de Assis. Mas muitos em barro, que é o da minha devoção panteísta. Tenho o Karl, mas gosto mais do Espinosa e do Jean-Jacques...
É a resposta que a certas provocações ortodoxas, face ao heterodoxo e ao paradoxo. Não! Não é como um dia disse alguém dos bustos que eventualmente teria em casa. O tipo até foi a director-geral socrático e não chegou a ser convidado pela Manela para a lista. Foi substituído pela Zezinha...
6.8.09
Não pronuncie nomes como ManelaFL e JSocrasPS. Vá de férias e leia Zweig
5.8.09
A grande tacada do cavaquismo sem Cavaco, uma reportagem íntima quase em directo
Pediram-me, então, um comentário para o DN. Arrisquei: “Manuela Ferreira Leite não repetiu Rangel e preferiu o estilo Vital. Julgando poder vencer com tantos autogolos socráticos, e parecendo esquecer-se que o árbitro não pode jogar nem ser treinador, deixou que voltasse o velho PSD das fugas de informação a conta-gotas, para gáudio das análises domingueiras de Marcelo".
"Por outras palavras: a renovação confunde-se com as verdades de Deus Pinheiro e Couto dos Santos e a grande aposta é Maria José Nogueira Pinto, num regresso daquela filha pródiga, ex- subsecretária de Estado do actual candidato aos Paços do Concelho, depois de começar, em democracia, como conselheira do CDS de Adriano Moreira, para voltar a ser do CDS como deputada, e embaixadora de Jaime Gama, em sucessivas e curtíssimas travessias do deserto".
Porque, depois da tuítica demitir Pinho, o maneleirismo era, quase miniuto a minuto, tuitado. Quais bloconfs, quais carapuças? Era o fim da picada! Ainda tentei encontrar o “ tweet” do Pacheco Pereira. Mas tudo parecia mais um golpe do José Magalhães, o próprio. Porque tudo ia muito além do "Magalhães", o instrumento. Era um verdadeiro golchok tecnológico.
Eis a madrugada anarcotuítica do PSD! Nem o Paulinho Portas no tempo do "Tempo" de Nuno Rocha, que era ao retardador. Muito se prometia!
Entrei em provocações. Junto de um ex-CDS, que estava irritado, lancei: "Zezinha é a direita, e a direita é a zezinha... Logo, se a zezinha é a direita, eu sou de extrema-esquerda...Ela é uma sucessão de situacionismos: adrianista, cavaquista, popularista, monteirista, antimonteirista, portista, antiportista, costista, maneleira. Pode até vir a ser apoiada pela Rua Direita"...
Aliás, a grande coligação que Cavaco foi estagiar à Áustria pode meter ministros do PC e do CDS. E acrescentei duas hipóteses de primeiro-ministro desse novo governo provisório: Alegre e Passos Coelho.Porque, como dizia Fernando Pessoa, vencer é ser vencido...
Também reparei que Costa e Seguro já correm para a sucessão de Sócrates...E que, no PSD, como o ausente-presente ainda está no activo, têm de pedir-lhe autorização antecipadamente...
Claro que estava apenas a exercitar a "provocatio ad tuiticum"... Porque imaginar pode levar a rir, que é o melhor remédio. E não sabia se o ausente-presente já tinha mandado. Sabia apenas o resultado das listas...que parecia comissão de honra da respectiva candidatura!
Havia, contudo, quem defendesse Manela, dizendo que as pessoas das listas pouco interessavam. Comentei: mas há quem não queira passar um cheque em branco. E muitos outros que desconfiam, não da falta de cobertura, mas da evidente cobertura nominativa. É mais do que gato escondido com o rabo de fora. É gatarrão preto bem visível.
Concluí: "Passos" Coelho é o grande vencedor da noite laranja. "Passou" a ter futuro, se falhar este cavaquismo sem Cavaco...