a Sobre o tempo que passa: Mandela. Por Teresa Vieira

Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

27.1.11

Mandela. Por Teresa Vieira





Mandela como um voo de vida em batimentos de lucidez


Um voo altíssimo, seguro numa vertigem inequívoca


Um violento frémito de paz nas manhãs das guerras


Um filtro inesgotável ao entendimento do incompreensível


Um talo de camélias em jardim deserto


Uma febre de mundo humano no interior dos homens consumidos


Uma árvore, ou uma pedra polida pela própria alma


Um ébrio de sol


Um menino sorrindo


Uma flecha


Um acreditar


Um coração


Um dia sempre partilhado


Um hino exemplar


Um poema sempre por findar


e eu presente – quanta honra – nesta ocasião de anos em que Mandela no
ponto âmago do farol


Persistia.


Teresa Vieira


27.01.11


Sec.XXI