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Sobre o tempo que passa

Espremer, gota a gota, o escravo que mantemos escondido dentro de nós. Porque nós inventámos o Estado de Direito, para deixarmos de ter um dono, como dizia Plínio. Basta que não tenhamos medo, conforme o projecto de Étienne la Boétie: "n'ayez pas peur". Na "servitude volontaire" o grande ou pequeno tirano apenas têm o poder que se lhes dá...

22.2.05

Sugestões para a reconstrução da direita. Liberais, uni-vos!



Vou aqui inaugurar uma secção de sugestões para a reconstrução da direita em Portugal, onde, sem clientelismos, partidarismos, feudalismos, fulanismos ou seguidismos, enumerarei propostas radicais de superação do impasse, fugindo, sobretudo, ao círculo vicioso da partidocracia e da presidencialite, bem como às angústias de sucessão ou de manutenção das lideranças do CDS e do PSD. Que, no primeiro, perfila-se ou o regresso de Paulo Portas ou a ascensão de Telmo Correia e, no segundo, é tudo mais explosivo, com as candidaturas de Santana, Mendes e Menezes, ou a chamada de Marcelo ou Manuela Ferreira Leite.

A minha primeira proposta vai no sentido da recriação daquilo a que poderei dar o meu contributo: a criação de um movimento de ideias liberais, coligando velhos liberais com neo-liberais, para que, depois, tenhamos suficientes forças para, com voz própria, nos juntarmos às sensibilidades de conservadores, incluindo os reaccionários e os contra-revolucionários, de democratas-cristão, dos confessionais integristas aos que se pensam progressistas, e de sociais-democratas, defensores de alguns esteios do "Welfare State".

Reconheço que a maior parte dos liberais continua sem partido, mas há outros que são, ou foram, do projecto de PND, do CDS e do PSD. É urgente federá-los sem egoísmo partidário, num amplo movimento de troca de ideias e de autocríticas. Sobretudo, criar um diálogo entre o humanismo laico e o humanismo cristão, sem confessionalismos, congreganismos, anti-confessionalismos e anti-congreganismos.

Vamos a isso?